O sol me acordou desajeitado naquela manhã. Parecia fazer uns trinta graus lá fora, mas meu celular mostrava dezoito. Tudo bem, ele nunca mostrou minha localização correta também. Já sabia que não podia confiar. Levantei-me após alguns segundos de contemplação do horizonte e, com a maior preguiça que aquele momento poderia proporcionar, conduzi-me ao banheiro, e creio que nessa parte não preciso apresentar grandes detalhes.
Saí para fazer meu ofício, a pesca. Era dos poucos que ainda
pescavam. Era dos poucos que ainda restavam, na verdade. Não se sabe porque ou
como, mas a primeira coisa da qual me lembrava era de acordar num vilarejo,
completamente sozinho. Como não soubesse outra forma de me manter, comecei a
pescar. E foi assim que vivi a vida. Pescando. Contemplando o horizonte. Com um
celular quebrado que não mostrava minha localização nem clima exato e estava
sempre fora de cobertura.
Falando assim, até parece um filme de terror, não é mesmo?
Mas para ser honesto, eu me sentia tão bem que nunca me preocupei. Eu tinha
tudo o que precisava para ser feliz. Eu tinha a água, a terra e o céu. Eu tinha
um sol que me acordava desajeitado todas as manhãs, eu tinha a lua que me
sorria tímida todas as noites. Eu tinha meu barco e milhares de peixes para pescar.
Eu tinha uma casa, meu lar. Eu fazia parte de tudo aquilo e tudo aquilo fazia
parte de mim.
Mas não naquela manhã. Não mais.
Durante a pesca, os peixes não surgiram. O sol se ajeitou e
enrubesceu. A lua, aquela nunca mais apareceu. A água começou a evaporar e
debaixo dela a areia a se dissipar. Debaixo dessa areia, pude ver claramente
uma... Uma pele. Uma pele humana, com certeza. A pele então se dissipou também,
dando lugar a músculos e depois a ossos. As árvores viraram pelos e depois
caíram. Todas as coisas que eu amava viraram partes humanas e, uma a uma, se
dissiparam. Tudo se transformou em cinzas e eu me transformei em nada.
Ao longe, uma voz robótica, calmamente, diz:
- Mais uma baixa no experimento 734. Repetindo, mais uma baixa
no experimento 734.
E é isso, calopsitas. Beijo!
Ok, isso foi uma brisinha que escrevi há bastante tempo e quis compartilhar por aqui. Gostaria de agradecer aos parabéns que me desejaram pelo aniversário, mesmo em off. Aliás, só pra ostentar, ganhei uma plaquinha MUITO linda da Rêli - obrigada novamente pelo carinho! <3---*---
E é isso, calopsitas. Beijo!
Não sei quando foi seu aniversário, mas de qualquer modo, FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!! (ノ・ω・)ノ
ResponderExcluirAmei esse história <3
Obrigadaaa! <3 Foi dia 18, aliás!
ExcluirE que bom que gostou da história =)
Yoppy, Happy!
ResponderExcluirGeeente, já pensasse em escrever tipo fics mais longas? Tu tem talento mulher, então o melhor é investir, sabe? É isso que eu sempre digo (M-I-T-I-R-A, essa é a primeira vez que eu digo isso). E, mesmo sendo atrasado, feliz duas décadas e 730 dias! (No caso, seriam 22 anos)!!!! Tá vendo como a estrupício-chan faz a façanha de não errar a idade da mesma pessoa duas vezes? Eu sou mesmo uma maravilha científica (Só que não).
http://docetesrevolts.blogspot.com.br/
Huahsuhasu já pensei sim, mas não sou boa com histórias longas. Bom, acho que é tudo uma questão de prática. =)
ExcluirE obrigada! <3 HASUAUSUHAS você fez até questão de colocar em palavras bonitas a minha idade, tá perdoada!
Logo pensei em apocalipse mesmo! Que o narrador ficou sozinho e não tinha muito o que fazer senão sobreviver. Só fiquei pensando como diabos o celular ainda funcionava (meio torto, mas ainda assim), mas como no final foi dito que era um experimento, já imaginei uma coisa meio Maze Runner. Que brisa boa, escreve mais! <3
ResponderExcluirMaze Runner foi exatamente a minha inspiração! hahahaha
ExcluirObrigada! <3